fbpx
TROMBOFLEBITE E TROMBOSE

Tromboflebite e Trombose Venosa Profunda

O sangue não se comporta como um fluxo perfeito uma vez que contém células (glóbulos
brancos, vermelhos e plaquetas) que não fazem parte do seu conteúdo líquido, mas que em
condições normais fluem de forma laminar, ou seja paralelamente às paredes dos vasos, de
forma semelhante a veículos numa autoestrada de múltiplas faixas. Quando as veias são
excessivamente tortuosas ou de diâmetro excessivo (varizes) o fluxo sanguíneo torna-se mais
irregular criando zonas de fluxo turbilhonar com áreas de fluxo rápido e outras muito mais lento.
Neste fluxo turbilhonar há um contacto mais agressivo dos elementos sanguíneos com a parede
do vaso sendo mais susceptível à sua lesão. As células da parede dos vasos produzem
naturalmente, em doses muito baixas, uma substância fluidificante, que tem por objetivo evitar
a formação de coágulos; ao serem danificadas, as células perdem esta função. Por outro lado,
as áreas de fluxo lentificado são também mais propensas à formação de coágulos.
Por vezes existem também problemas de coagulação (raros e muitas vezes com carácter
genético) no sentido de menor fluidez do sangue que normalmente são detetados nas primeiras
décadas de vida.
Tromboflebite e trombose venosa profunda são 2 espectros da mesma patologia que podem ter
origens semelhantes ou até podem ser consequência uma da outra, mas que têm gravidade
muito diferente.
A tromboflebite consiste na formação de um coágulo no interior de uma veia superficial que,
por sua vez, provoca inflamação dos tecidos à volta do vaso com a presença de rubor,
endurecimento, edema (inchaço) local e dor. Estes sinais podem ser especialmente marcados
em veias de maior volume.
Ao contrário do pensamento comum na população, as complicações importantes em relação a este
tipo de problema são pouco frequentes, no entanto, a dor, a incapacidade para a atividade laboral e
o dano estético (pigmentação por vezes muito acentuada da pele de difícil resolução) são relevantes.
Além disso, podem comprometer os resultados num posterior tratamento cirúrgico da insuficiência venosa.
A trombose venosa profunda por outro lado consiste no mesmo mecanismo mas relativo a uma
veia profunda, sendo muito mais relevante do ponto de vista circulatório, e, por esse motivo, tem uma
magnitude diferente em termos de gravidade, uma necessidade de diagnóstico mais precoce e,
normalmente, exige hipocoagulação em doses mais elevadas e por períodos mais longos.
Previamente a hipocoagulacão preconizada nestes pacientes efetuada com varfarina exigia
controlo dos valores de hipocoagulacão e algumas restrições alimentares. Atualmente existe um
grupo de novos hipocoagulantes orais que não têm essas limitações sendo assim mais práticos.
Este tipo de problemas pode ser prevenido e, na presença de Insuficiência venosa, uma das
formas mais eficaz é através do uso diário de meias de contenção elástica.

Dr. José Fernando Ramos
Médico Especialista de Cirurgia Vascular
Assistente Hospitalar Graduado

Fale connosco!