IMAGIOLOGIA EM CIRURGIA VASCULAR

Embora a ecografia tenha surgido nos anos 60, a codificação com cor e a aplicação do efeito
doppler só surgiram mais tarde constituindo um progresso muito marcado no diagnóstico e
tratamento na Cirurgia Vascular, por se tratar de um exame muito fiável e totalmente não
invasivo.
O princípio da ultrassonografia baseia-se no facto de alguns cristais terem a capacidade de emitir
determinadas frequências de ultrassom que se propagam e são refletidos de forma diferente nos
diversos tecidos do organismo. A sonda utilizada na realização do exame é por sua vez emissora e
recetora, estando conectada a um processador que interpreta esta informação transformando-a
em imagens. Embora o ecodoppler seja muito importante tanto no diagnóstico da patologia das
artérias como das veias, para efeito desta exposição iremos concentrar-nos apenas no setor
venoso.
Assim sendo o ecodoppler permite:
-Visualização da anatomia dos vasos e tecidos circundantes.
-Avaliação do fluxo venoso incluindo o seu sentido (o refluxo que persiste para além de um curto
período de tempo é considerado patológico por ser demonstrativo do inadequado funcionamento
das válvulas das veias)
-Visualização de dispositivos dentro ou fora dos vasos.
A última característica permite a realização de tratamentos nos quais dispositivos ou fármacos são
introduzidos no interior das veias permitindo desta forma o seu tratamento. É o caso da cirurgia
de varizes por laser ou radiofrequência ou da esclerose ecoguiada com espuma, que só desta
forma podem ser efetuadas.
O ecodoppler permite ainda um diagnóstico com elevado grau de certeza das situações de oclusão
das veias superficiais ou profundas (respetivamente tromboflebite ou trombose venosa profunda).
E, quando presente em regime de consultório, torna possível o início precoce do tratamento
destas patologias com a óbvia redução do risco de complicações mais importantes.
Atualmente, com uma melhor compreensão da dinâmica do fluxo sanguíneo venoso e maior
variedade de técnicas de intervenção para correção da insuficiência venosa superficial (varizes),
tem-se tornado progressivamente mais importante o planeamento adequado do procedimento,
para o qual a prévia observação com ecodoppler e o posterior mapeamento imediatamente antes
da intervenção são de grande relevância.

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Dr. José Fernando Ramos
Médico Especialista de Cirurgia Vascular
Assistente Hospitalar Graduado