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A Radiofrequência na Insuficiência Venosa

No contexto de uma era tendencialmente a caminhar para a maior simplicidade e efetividade
dos procedimentos cirúrgicos e igualmente competitiva do ponto de vista laboral onde longos
períodos de recuperação são cada vez menos aceitáveis, a cirurgia por insuficiência venosa
superficial (varizes) tem também evoluído de forma muito significativa. Algumas mudanças
importantes do ponto de vista concetual associadas a inovações tecnológicas foram o motor
dessa mudança e resultaram em soluções minimamente invasivas.
Com o surgimento da radiofrequência e do laser vários conceitos bastante enraizados
mudaram:
• A necessidade de incisão na virilha para laqueação e remoção das veias safenas.
• O descanso após cirurgia e reinício da atividade profissional apenas várias semanas
após intervenção
• A indispensabilidade de anestesia geral ou loco-regional (raqui ou epidural)
Estas melhorias resultam do facto de que estas novas técnicas, funcionam por oclusão das
veias safenas (principais veias da circulação superficial dos membros inferiores) e a sua não
remoção (principal fator de invasibilidade cirúrgica) que torna a intervenção bastante mais
suave.
O entanto, outros aspetos não mudaram tanto, como o uso da meia elástica no pós-operatório
imediato e a necessidade de follow-up mesmo que muito espaçado, uma vez que em alguns
casos esta patologia tem caráter recidivante. Esta última situação ocorre principalmente em
casos menos comuns de história familiar de insuficiência venosa exuberante e muito frequente
na família. Nesses casos e em profissões em que o paciente tenha que permanecer muitas
horas de pé, com pouca mobilidade e/ou ambientes muito quentes, o uso complementar da
meia elástica pode ser recomendado.
Outros aspetos são também relevantes nesta patologia como sejam:
-Necessidade de adequar o tratamento à fase evolutiva da patologia, assim como adequar as
expectativas do paciente à fase em que se encontra. Numa fase muito avançada os objetivos
são diferentes dos de uma fase inicial, sendo que nesta última, além das questões de saúde e
bem estar, os pacientes podem ter também legítimas expectativas cosméticas.
-Necessidade de complementar com escleroterapia (secagem das veias) de forma a manter o
estado circulatório adequado e numa maioria dos casos como complemento estético .
-Necessidade de controlo adequado do peso por constituir um fator de risco importante.

Dr. José Fernando Ramos
Médico Especialista de Cirurgia Vascular
Assistente Hospitalar Graduado

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